Lúcio Maia, guitarista pernambucano mais que consagrado |
Lúcio José Maia Oliveira, mas conhecido como Lúcio Maia, guitarrista da Nação Zumbi e que desde 2007 também atua com seu projeto paralelo intitulado Maquinado, é um dos músicos contemporâneos mais consagrados da cena musical pernambucana. Apesar de ser quase 20 anos de carreira como músico profissional, sua música atinge várias gerações. Além dos trabalhos com a Nação Zumbi e o Maquinado, Lúcio fez participações junto com Max Cavalera no projeto SoulFly. No cinema, fez trabalhos nos filmes Amarelo Manga (2003) e Baile Perfumado (1997). Batemos um breve papo sobre tudo isso com Lúcio Maia sobre seus trabalhos, experiências e opiniões, com respostas breves e simples como a música. Confira a seguir:
Marcus Fernandes - Durante estas quase duas décadas de carreira foram muitas histórias vividas como músico profissional. Existe algum fato específico do cenário musical pernambucano que tenha lhe marcado de forma especial?Lúcio Maia - Tudo. O fato de nascer em Recife faz você se aproximar da cultura sem esforço nenhum. Na verdade a cultura vai até você.
Marcus Fernandes - O que você sentiu de melhor na evolução musical do estado ao decorrer destes tantos anos?
Lúcio Maia - Melhorou no sentido da popularização da cultura Pernambucana, mas economicamente falando não saiu muito do lugar. Tem muita gente besta que não quer tocar os ritmos brasileiros por vergonha ou por sei lá o quê. Mal sabem essas pessoas que vergonha mesmo é renegar sua própria nacionalidade.
Marcus Fernandes - Como foi seu trabalho com a banda SoulFly, liderada pelo ex-vocalista da Sepultura, Max Cavalera?
Lúcio Maia - Foi bem legal e importante pra mim. Aprendi inglês, comprei um monte de disco legal e fiz muitos amigos. Max é um grande músico, o mais original guitarrista que eu já conheci. Tanto que nunca vi ninguém tocando guitarra como ele toca.
Marcus Fernandes - Falando um pouco da Nação Zumbi, há uma movimentação na internet, através do Twitter, para que a banda se apresente durante o Carnaval do Recife de 2011. Qual é a problemática neste processo e como é ver o apoio maciço dos fãs para que a Nação Zumbi toque na terra natal no ano que vem?
Lúcio Maia - Esse é um dos lados bons da internet. A opinião pública agora não é mais abafada. É na hora. Pá! Um maluquinho, fã da banda, começou essa campanha pra NZ tocar no carnaval há uns meses e eu achei ótimo. A prefeitura de Recife exige este ano que as bandas entrem com um edital pra tocar.
Marcus Fernandes - O que dizer do público pernambucano de hoje em relação ao público pernambucano de 20 anos atrás? E o que dizer do mercado musical de ontem e o de hoje? Alguma mudança significativa?
Lúcio Maia - Mudou muito. Ou talvez nem existisse público há vinte anos. Hoje fazemos shows abertos para quarenta, cinquenta mil pessoas.
Marcus Fernandes - Você já participou de trilha sonora de filmes (Baile Perfumado, 97, e Amarelo Manga, 2003). Qual a sensação para o músico de se fazer música neste formato em relação aos shows, que tem contato íntimo com o público?
Lúcio Maia - Trabalhar com música significa que você pode abraçar todos os ramos do mercado que precisam dela. Eu trabalho com música. É bem amplo. Vai desde a música que faz a platéia pular até a música que o diretor de cinema encomenda.
Marcus Fernandes - O que você sentiu de melhor na evolução musical do estado ao decorrer destes tantos anos?
Lúcio Maia - Melhorou no sentido da popularização da cultura Pernambucana, mas economicamente falando não saiu muito do lugar. Tem muita gente besta que não quer tocar os ritmos brasileiros por vergonha ou por sei lá o quê. Mal sabem essas pessoas que vergonha mesmo é renegar sua própria nacionalidade.
Marcus Fernandes - Como foi seu trabalho com a banda SoulFly, liderada pelo ex-vocalista da Sepultura, Max Cavalera?
Lúcio Maia - Foi bem legal e importante pra mim. Aprendi inglês, comprei um monte de disco legal e fiz muitos amigos. Max é um grande músico, o mais original guitarrista que eu já conheci. Tanto que nunca vi ninguém tocando guitarra como ele toca.
Marcus Fernandes - Falando um pouco da Nação Zumbi, há uma movimentação na internet, através do Twitter, para que a banda se apresente durante o Carnaval do Recife de 2011. Qual é a problemática neste processo e como é ver o apoio maciço dos fãs para que a Nação Zumbi toque na terra natal no ano que vem?
Lúcio Maia - Esse é um dos lados bons da internet. A opinião pública agora não é mais abafada. É na hora. Pá! Um maluquinho, fã da banda, começou essa campanha pra NZ tocar no carnaval há uns meses e eu achei ótimo. A prefeitura de Recife exige este ano que as bandas entrem com um edital pra tocar.
Marcus Fernandes - O que dizer do público pernambucano de hoje em relação ao público pernambucano de 20 anos atrás? E o que dizer do mercado musical de ontem e o de hoje? Alguma mudança significativa?
Lúcio Maia - Mudou muito. Ou talvez nem existisse público há vinte anos. Hoje fazemos shows abertos para quarenta, cinquenta mil pessoas.
Marcus Fernandes - Você já participou de trilha sonora de filmes (Baile Perfumado, 97, e Amarelo Manga, 2003). Qual a sensação para o músico de se fazer música neste formato em relação aos shows, que tem contato íntimo com o público?
Lúcio Maia - Trabalhar com música significa que você pode abraçar todos os ramos do mercado que precisam dela. Eu trabalho com música. É bem amplo. Vai desde a música que faz a platéia pular até a música que o diretor de cinema encomenda.
Marcus Fernandes - Sobre o projeto solo Maquinado, em 2007 foi lançado o disco Homem Binário, revelando uma tendência mais eletrônica nas suas músicas . Conta pra gente a partir de onde que surgiu a ideia de criar este projeto e quais foram as referências principais.
Lúcio Maia - Faço o Maquinado por desafio. Tento cantar e escrever, coisas que nunca me atrevi antes a fazer. Na vida temos muitas necessidades diferentes e não sei se ouvir música realmente é a maior influência para eu criar uma música. Acho que ficar em casa com meus filhos e ler um livro ou ver um filme é muito mais inspirador.
Marcus Fernandes - O que você busca com este trabalho solo? É uma “fuga” em relação à rotina da Nação Zumbi ou uma necessidade de mostrar o seu lado exclusivo como músico?
Lúcio Maia - Nada disso. É apenas um exercício artístico. A NZ sou eu também.
Marcus Fernandes - Com o Maquinado há um trabalho mais independente. Quais são as maiores dificuldades de se trabalhar com música em Pernambuco e no cenário nacional?
Lúcio Maia - Não se vive de música em Recife, a não ser os mais populares. Banda independente mora com os pais. Aliás, a maioria dos independentes no país são bandas ou artistas que não conseguem viver apenas tocando. Os festivais que se dizem independentes fazem editais para Petrobrás, mas não querem pagar cachê as bandas. Não vivo do Maquinado, obviamente. A NZ sempre foi independente, mas apenas nas idéias. Sempre tivemos gravadora, pois precisávamos sair da casa dos nossos pais...
Marcus Fernandes - Nos shows da Nação Zumbi é encontrado um público mais diversificado, tendo em vista que 99% dos pernambucanos amam o grupo. No Maquinado você busca um público mais específico ou procura criar algo meio “universal” com a música?
Lúcio Maia - Não faço uma música pensando no tipo de gente que vai gostar. Isso é publicidade. Faço o que me vem à cabeça. Tento ser diferente em todas as incursões que faço.
Marcus Fernandes - Este ano, foi lançado o disco Mundialmente Anônimo, com um “toque” mais orgânico em relação ao primeiro disco. Como vem sendo a aceitação do público e da crítica ao seu trabalho mais recente?
Lúcio Maia - A maioria das pessoas curtiu. Eu também. O próximo vai ser melhor.
Marcus Fernandes - De uma forma geral, o resultado obtido com o Maquinado está sendo o desejado inicialmente? E agora, qual o foco?
Lúcio Maia - Sim. Continuar trabalhando com música.
Lúcio Maia - Faço o Maquinado por desafio. Tento cantar e escrever, coisas que nunca me atrevi antes a fazer. Na vida temos muitas necessidades diferentes e não sei se ouvir música realmente é a maior influência para eu criar uma música. Acho que ficar em casa com meus filhos e ler um livro ou ver um filme é muito mais inspirador.
Marcus Fernandes - O que você busca com este trabalho solo? É uma “fuga” em relação à rotina da Nação Zumbi ou uma necessidade de mostrar o seu lado exclusivo como músico?
Lúcio Maia - Nada disso. É apenas um exercício artístico. A NZ sou eu também.
Marcus Fernandes - Com o Maquinado há um trabalho mais independente. Quais são as maiores dificuldades de se trabalhar com música em Pernambuco e no cenário nacional?
Lúcio Maia - Não se vive de música em Recife, a não ser os mais populares. Banda independente mora com os pais. Aliás, a maioria dos independentes no país são bandas ou artistas que não conseguem viver apenas tocando. Os festivais que se dizem independentes fazem editais para Petrobrás, mas não querem pagar cachê as bandas. Não vivo do Maquinado, obviamente. A NZ sempre foi independente, mas apenas nas idéias. Sempre tivemos gravadora, pois precisávamos sair da casa dos nossos pais...
Marcus Fernandes - Nos shows da Nação Zumbi é encontrado um público mais diversificado, tendo em vista que 99% dos pernambucanos amam o grupo. No Maquinado você busca um público mais específico ou procura criar algo meio “universal” com a música?
Lúcio Maia - Não faço uma música pensando no tipo de gente que vai gostar. Isso é publicidade. Faço o que me vem à cabeça. Tento ser diferente em todas as incursões que faço.
Marcus Fernandes - Este ano, foi lançado o disco Mundialmente Anônimo, com um “toque” mais orgânico em relação ao primeiro disco. Como vem sendo a aceitação do público e da crítica ao seu trabalho mais recente?
Lúcio Maia - A maioria das pessoas curtiu. Eu também. O próximo vai ser melhor.
Marcus Fernandes - De uma forma geral, o resultado obtido com o Maquinado está sendo o desejado inicialmente? E agora, qual o foco?
Lúcio Maia - Sim. Continuar trabalhando com música.
Confira a música Super Homem Plus, do Maquinado, neste link AQUI e esta apresentação fenomenal do artista em Coco Dub AQUI
Foto: Eduardo Lopes e Divulgação
Muito legal!!!!!!!!!
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